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Visagismo Acadêmico

Sua paixão pelo visagismo​ é o que nos move

 

Bem-vindo à Academia Brasileira de Visagismo!

Antes de mergulharmos no mundo do visagismo do século XXI, é fundamental entender que tudo neste universo é cíclico e derivado de algo maior. O visagismo é um perfeito exemplo dessa interconexão, e aqui, você terá o privilégio de conhecer dois personagens centrais que moldaram nossa história, muitas vezes esquecidos por mais de uma década.

 

Embora nossa ênfase recaia sobre a linguagem visual, não podemos iniciar essa jornada sem mergulhar nas vidas dessas figuras influentes e pioneiras em nosso campo.

Fernand Aubry, uma dessas figuras cruciais, dotado de uma personalidade forte, era um amante da natureza e dos animais, casado com uma judia. Ambos eram respeitados cabeleireiros em Paris. Suas vidas se desenrolavam na rua Maspéro, com seus salões localizados na rua Cirque, um trajeto de 48 minutos que, diariamente, inspirava suas reflexões.

Foi nesse caminho que Aubry teve um insight incrível sobre a aplicação de técnicas personalizadas para o embelezamento de seus clientes. Ao observar um homem que esculpia a paisagem verde de um jardim e indagar sobre as técnicas que criavam tamanha simetria, o responsável revelou a Aubry sua profissão como paisagista. Ele empregava técnicas para projetar paisagens únicas e harmoniosas, o que cativou Aubry profundamente.

 

Rapidamente, ele se tornou uma referência entre profissionais, integrando essas informações na criação do visagismo e suas técnicas. Max Factor, com seu calibrador de beleza de 1932, desempenhou um papel significativo nesse processo.

A palavra "visagiste" foi oficialmente registrada em 6 de abril de 1937, validando o Dia do Visagista em 6 de abril, e não em março, como amplamente divulgado no Brasil. Essa data honra e respeita o idealizador.

A carreira de Aubry prosperou com o desenvolvimento de sua técnica e sua disseminação por toda a Europa. No entanto, como em muitas histórias de sucesso, houve tragédia. Após a invasão nazista em 1940, sua esposa, grávida de quatro meses, foi deportada para Auschwitz na Polônia. Os relatos da família de sua esposa indicam que Aubry nunca parou de procurá-la após reconhecer sua imagem em vídeos da época, embora o governo francês nunca tenha confirmado esse esforço.

Após a data da deportação de sua esposa, há apenas fragmentos dispersos sobre o trabalho de Aubry. Um dos mais notáveis é a disseminação de seu conceito até Lisboa, com um certificado de reconhecimento por seu notável trabalho em um evento de moda.

A segunda figura fundamental em nossa história é Edith Serei, uma húngara que, de aluna de Aubry, tornou-se sua sócia, difundindo seu nome na indústria de cosméticos e, posteriormente, levando seu conceito para as Américas. Em 1962, Edith estabeleceu o primeiro comitê de estética das Américas, no Canadá, onde também fundou sua própria academia de beleza, baseada nas técnicas que aprendeu com Fernand Aubry. Em 1973, ela foi aclamada como a rainha de um império que abrangia escolas e salões de beleza, um império que ainda existe até os dias de hoje.

 

Somente na década de 1990 o visagismo chegou ao Brasil e se popularizou rapidamente, levando os profissionais a preencherem suas lacunas educacionais por meio dos vários cursos disponíveis no mercado.

A interpretação do visagismo acadêmico no século XXI evoluiu em relação ao que foi feito no passado no Brasil. O visagismo acadêmico do século XXI aprofunda a análise da etimologia da palavra "visage" do francês, indo além para o latim "visus", que significa "ato de ver, aparência, ver".

A partir dessa descoberta, surgiu a necessidade do prof. doutorando Fabio Ritter de colaborar com um historiador francês para explorar com minúcia essa tradução e a cena de Paris em 1937.

 

A palavra "rosto" em francês deriva do antigo francês "vis", que do período medieval até o século XVII significava tanto "rosto" como "campo visual" e "senso de visão". "Vis" tem origem no latim "visus" ("ação, faculdade de ver", "sentido da visão", "o que vemos" e "aparência"). A tradução simplória relacionada apenas a "rosto", há muito tempo se tornou obsoleta.

A legitimação do visagismo acadêmico como uma disciplina relacionada à imagem pessoal, e a colaboração do Prof. Benhaïm, um historiador tão renomado, foram conquistas significativas. Além disso, fui agraciado com a versão filosófica da palavra "visage", que a traduz como "retrato".

Os profissionais do século XXI adotam o visagismo acadêmico em sua totalidade imagética, fundamentando nossa nova definição que traduz a palavra "visage" como "aparência", "imagem" e "ato de ver". Tudo isso com base na "origem" das palavras em todas as suas raízes.

Merece destaque também o sufixo "ismo", adicionado à tradução, que carrega o significado de "técnica". A palavra "técnica", derivada do grego "τέχνη", significa "a maneira de realizar uma ação ou conjunto de ações". É o processo ou conjunto de procedimentos destinados a alcançar um resultado intencional, ou desejado.

O visagismo acadêmico do século XXI aproveita ao máximo essa tradução, embasando suas referências acadêmicas e reforçando a ideia de que se trata da aplicação de técnicas para compor diferentes processos comunicacionais. 

As diversas técnicas, conceitos e métodos utilizados no visagismo acadêmico têm origem em diversas disciplinas relacionadas à comunicação da imagem pessoal.

Bem vind@ ao Visagismo do Século XXI.

Livro: VISAGISMO ACADÊMICO NO SECULO XXI 

Autor: FABIO RITTER

Ano: 2020

 
 
 
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